#BEDA: Dublin, set 23

by - quinta-feira, agosto 06, 2015


Talvez de todos os textos que já escrevi, esse seja o que mais tenha você. Em cada virgula, linha e paragrafo tem resquícios do que você deixou em mim desse sentimento meio blasé, meio seila o que. Esse pedacinho de chão que te dei no meu coração, está mais bagunçado do que já esteve na história desta empresa vital. Não consigo andar sem tropeçar em algo, não consigo decifrar o que você plantou ai. Já não me entendo com a minha bagunça, quem dirá com a sua. Mas isso não é uma ordem de despejo não. Pode ficar, porque mesmo que você tenha bagunçado ai, o lado daqui você fez questão de arrumar.

Olha que ironia, logo você que foi tirar doutorado e "MBA" em me entender. Minhas linhas tortas, meus devaneios, minha bipolaridade e minha necessidade de atenção. Me abraça no meu acesso de loucura. Me beija no topo da testa. Me põe para dormir. Conta as piadas mais idiotas do planeta pra me fazer sorrir. Segura meu mundo com a mão, quando ele está prestes a desabar. E o mais importante não foge. Ninguém consegue passar muito tempo do meu lado, logo enjoam ou simplesmente enchem o saco da minha bagunça e confusão. Já você não, você ficou. Quando eu te mandei ir, quando desejei nunca ter te conhecido. Você voltou, me abraçou e me fez parar de chorar.

Você está sentindo? Ouve o som do meu coração? Eu posso te ouvir. Ainda sinto teus dedos sobre meu rosto. Teu coração acelerado sob meu ouvido. "vou ficar aqui". Minhas mãos nas suas. De repente não tem mais ninguém lá fora. O mundo se resume naquele metro quadrado em que estávamos, o tempo não tem mais efeito sobre nós. Tudo o que eu queria estava bem ali na minha frente. Percebe? Pode ver o efeito que você tem sobre mim?

Lavei minhas roupas três vezes na ultima semana e elas ainda tem seu cheiro doce. Meu subconsciente ainda está impregnado de memorias suas, de momentos nossos. To confusa. Não sinto nenhuma paixão avassaladora, não tenho aquele nó no peito e nem vontade de te amarrar num carrinho de rolimã e sair puxando por ai. Sinto algo bem menos possessivo, mais simpático e menos dolorido. Primeira vez sinto algo que possa ser reciproco. Algo que eu tenha com quem dividir. Não amo mais por dois, três ou até por quatro. Amo por um só. Amo por mim e você ama por você.

Esse texto foi escrito numa noite de inverno, numa cidade solitária. Por uma pessoa que está a quilômetros de distancia de quem é, foi e sempre será o amor de sua vida. 
(ou não)

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